segunda-feira, 14 de junho de 2010

Desabafo I

Ele era um cara sincero, não tinha medo da verdade, afinal, se fossem saber a verdade, que fosse pela sua boca, enfrentar as consequencias é sempre mais fácil quando se diz a verdade, não importa ela qual seja, afinal, estar errado no final da história era algo que ele abominava, simplesmente isso.
Ela não entendia isso, nunca procurou entender, as muitas conversas não valiam nada, era como falar com uma porta, logo ele, que sempre tentou ser sincero e verdadeiro com o amor de sua vida, via suas palavras serem jogadas ao vento, e desaparecerem no mar da futilidade.
Ele não aguentava mais, não era aquilo que ele sempre quis do amor de sua vida, e que amor forte, aguentou anos, sempre firme, com apenas três ou quatro momentos de fúria. Sim, a fúria, o sentimento mais próximo do ódio que podemos ter por alguém que amamos.
Já acoado no canto, sem saber mais o que dizer e fazer, resolveu entrar no jogo dela, afinal, se tudo já tinha falhado, não tinha mais nada a perder. Decidiu então a esconder algo fútil, mas que por uma razão mais fútil ainda provocava íra e ódio nela, sim, ódio mesmo, pois quem ama não age assim...
Cego pelo amor que ainda restava, perdoou mais um deslize dela, deslize esse, que foi o maior de todos os que ela cometeu, junto com esse deslize vieram uma porção de mentiras, todas descobertas por ele mais tarde, jurou para si mesmo ser a ultima vez que fazia isso, já estava cansado demais para pensar, cansado demais para começar de novo, e mais cansado ainda de tentar mudar as coisas...
Tudo ficou bem por pouco mais de um mês, as coisas fluíam muito bem, as vezes as brigas do passado voltavam, pois ela era incapaz de perdoar, e pior, era incapaz de ver o que ele fazia por ela, nunca era o suficiente, sempre mais e mais, como uma sangue-suga gorda e sedenta por sangue, matando elefantes em poucos minutos...
Num dia como outro qualquer, ela o chamou para ir a outra cidade, pois estava lá a trabalho, e como não estava muito bem, queria o companheirismo de seu homem para dar carinho e colo no final de um dia difícil, ele como toda vez que ela chamava, foi sem pestanejar, afinal, ele a amava e queria sempre estar ao lado dela.
Antes tivesse ficado em casa, deveria ter deixado o cansaço tomar essa decisão, cansaço esse que fazia da viagem algo extremamente difícil, mas como bom teimoso que era, decidiu que sim, iria enfrentar tudo para estar com ela, coitado dele...
Quando já estavam no hotel, foram ao banho, ele saiu primeiro do chuveiro, ela ainda continuou, enquanto se enxugava viu em cima da cama o celular dela, como quem instintivamente sente que há algo errado pegou o celular, algo que não gostava de fazer, mas que ela fazia o tempo todo, se ela faz, por que ele não pode?!
Nesse momento foi que ele chorou, chorou por dentro, viu que tudo o que ele fazia por aquela pessoa era em vão, todas as palavras carinhosas que ela havia lhe dito não valiam mais de nada, pois ali ficou comprovada a traição...
Quando questionou sobre o teor da mensagem que ele havia encontrado, ela tentou mentir, ele como a conhecia melhor do que ninguém viu que havia algo errado na historia, e realmente havia, pois ela não deve ter pensado no que ia falar caso fosse descoberta, e com certeza isso foi o maior erro que ela poderia ter cometido, lógico que não maior do que a traição em si.
Ele, já não consegue sentir nada de bom quando pensa nela, tudo o que sobrou foi magoa e frustração, justo ele, que tentou ser o mais sincero possível com seus sentimentos, acabou ali, no chão, atingido por uma facada nas costas, e quem o atingiu foi justamente a pessoa que ele tinha jurado proteger a todo custo...
Tirou forças do ódio, sim, o ódio surgiu, o sentimento cruzou a linha ténue que existe separando-o do amor. A Confiança, algo essencial para qualquer relacionamento, já não existia mais, tudo o que saia da boca dela cheirava a mentira, e ainda cheira.
Ele, que sempre tentou ser doce e brando, explodiu com a força do ódio, que em um segundo tomou conta dele por completo, a boca que a poucos minutos só falava coisas boas, se transformou na porta de saída para todo o ódio, temendo não se controlar, pegou suas coisas e foi embora, jurando pra si mesmo que nunca mais iria deixar o amor por aquela pessoa, influenciar em qualquer decisão que fosse tomar.

2 comentários:

  1. espero que depois dessa ele tenha se cansado de perdoá-la

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  2. Depois disso ele esqueceu tudo....
    se divertiu a vida toda ...
    bebia quando queria
    pegara varias mulheres

    e ela vai engordar ter celulite

    a vida e bela
    basta saber vive-la

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