terça-feira, 15 de junho de 2010

Desabafo II

Ele teria agora que ser honesto consigo mesmo, afinal, ser honesto com ela não adiantou muito. Pensou e refletiu, e a estrada que na ida era doce e sincera, na volta estava cheia de revolta.
Ligou para sua irmã e contou o acontecido, sua irmã perplexa se negou a comentar e disse que quando chegasse em casa ela estaria esperando para conversar.
Desligou o celular, faltava pouco mais de meia hora para chegar em casa, a estrada o torturava, o pensamento refletia uma única pergunta... Por que?
Sorte a dele ter ido ao encontro dela neste dia, assim pode abrir os olhos, e ver, quem realmente era ela, o único sentimento que tinha dentro de si não era ódio, nem rancor, mas sim a revolta, revolta consigo mesmo, por não ver que ela sempre jogou o que ele sentia no lixo, e quando muitos tentaram avisar que isso acontecia, ele ignorou a todos, afinal, o amor pode ser cego, mas se for forte também pode ser surdo, mudo e tetraplégico.
Ao chegar em casa, sentou no sofá e acendeu um cigarro, coisa que sempre fazia quando chegava em casa, era sua forma de se sentir em paz, pausar o mundo por algumas tragadas.
O remorso veio, ele ainda não acreditava que o que tinha acontecido era verdade, lembrou-se de uma guria que conheceu na ultima vez que estivera sozinho, e ficou se perguntando por que ele trocou uma guria tão promissora, que havia realmente mexido com ele, por apenas mais do mesmo...
Ele sempre teve amor próprio, o fato de amar alguém mais que a ele mesmo era inconcebível, porém era fato consumado, ele se entregou de tal forma, que se esqueceu de como era amar a si mesmo, negando tudo por ela, jogando tudo pro alto para viver esse amor.
Ainda restam boas lembranças, coisas que ele só tinha com ela, como o fato da intimidade alcançada por eles, era algo mais que divino, ambos conseguiam ser um só, quando estavam só os dois, o mundo não importava, a vida não importava, nada importava, só o momento e o amor que ali permanecia.
Hoje ele está tranquilo, passaram-se pouco mais de duas semanas, conseguiu ficar sem falar com ela por todo esse tempo, tirando uma vez que conversaram pela Internet, onde começou uma conversa com ela apenas por necessidade, afinal, depois de quatro anos juntos, sobram coisas que precisam ser separadas.
Ah, ele conseguiu conversar com a tal guria de que ele havia gostado, pediu desculpas por ter deixado ela na mão, ela, como boa amiga que é, aceitou suas desculpas e o perdoou pelo tempo que ele demorou para procura-la e dar uma satisfação do que havia acontecido.
Ele não sabe o que fazer agora, na verdade, ele não quer saber, não tem obrigação de pensar nisso agora, um dia de cada vez.
Se você espera um final feliz para essa história, não se engane pois não tem, pois não existe final, tudo é uma constante evolução, e o amanhã a Deus pertence.
Pedi permissão para contar sua "saga" aqui, e ele simplesmente me disse: A verdade tem que ser dita!
Está história é triste, porém ainda pode ter um "final" feliz, mas concerteza, ela não faz parte desse final.

 Considerações finais...

Ele não vai deixar de se entregar a alguém, não tem medo de confiar de novo, simplesmente sabe que não pode condenar todos pelo erro de um, ele está aberto ao amor, e a se doar do mesmo jeito para outra pessoa, pois para ele, a cumplicidade e confiança são as coisas mais importantes que se pode ter com alguém, e o resto é consequencia...

2 comentários:

  1. ah, então ele fez alguém sofrer no passado... interessante como o mundo está sempre a girar não é?! e será que ele aprendeu que a gente deve gostar de quem gosta da gente? se desculpar depois de anos é fácil quando não se sabe o que a outra parte passou...mas agora deve saber o que é sentir o punhal cravado no próprio peito

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  2. A esperança é o derradeiro mal; é o pior dos males, porquanto prolonga o tormento.
    Friedrich Nietzsche

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